domingo, 23 de setembro de 2007

sábado, 8 de setembro de 2007

QUANTO VALE A VALE, OU `E POR QUILO?


a COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD) foi vendida a 10 anos atras por 3,3 bilhões de reis, e segundo dizem valia 30 vezes mais, com critérios de preços que desconheço. Hoje em dia essa companhia adquirida basicamente por um banco e um fundo de pensão (o PREVI do BB) com din din publico (leia-se BNDES) ta valendo na praça mais de 150 bilhões de reis, e dizem ser hoje a segunda maior mineradora do planeta, que acabou de comprar com um cheque ao portador uma mineradora da Austrália por uns tantos outros milhões.

Ta no debate da hora a questão da reestatizaçao da companhia, com os questionamentos a respeito do processo de privatizaçao realizada pelo nosso FHC. bem, vamos por parte...

Quero associar isso a uma entrevista de um ilustre documentarista brasileiro (Moreira Salles) que fez uma entrevista em sua revista (PIAUI) com nosso ex "grande lider" (FHC).

No discorrer da entrevista o ilustre filho de banqueiro (UNIBANCO) diz que o nosso FHC com sua imensa lucidez se diz melancólico por nao ter conseguido fazer tudo que queria para melhorar nosso Brasil varonil. Eu fiquei pensando neste "fazer tudo"... acho que eles queriam o serviço completo: tipo ter alem da venda quase de gra
ça da CVRD, a venda de outras importantes instituições federais, como por exemplo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, organizações que certamente teria o pleno interesse do nosso ilustre documentarista filho de banqueiro e familia. Imediatamente lembrei que foi esse FHC que fez algo otimo a todo o sistema financeiro privado OLIGOPOLISTA brasileiro, instituiu o tal do PROER, que foi a transferência de dinheiro publico para salvar bancos privados, algo realmente digno de ser sempre lembrado por formadores de opinião, principalmente por formadores de opinião filhos de banqueiros, e ser elogiado por filhos de banqueiros. Ai ai, quanta melancolia, em Moreira Salles?... ja pensou se o BB ou a CAIXA saísse por um precinho de banana como foi o caso da CVRD? vocês poderiam ter sido um dos compradores e hoje poderiam estar competindo de igual pra igual com BRADESCO e ITAU, mas... ficou so a melancolia... eu entendo.

`E claro que foi um lance que favoreceu o setor financeiro que atua no Brasil, e ta pouco se linchando pro setor produtivo, e muito menos pra popula
ção, mas uma coisa `e certa: num da pra recomprar de volta, da pra punir quem fez a farsa, mas recompra... nem pensar! ja basta as dividas interna e externa que todos nos pagamos. Mas que se apure os responsáveis por esta falcatrua de vender algo por um valor 30 vezes menos que seu real preco de mercado.

E o lance agora `e trabalhar para que façamos desta organização
- que como qualquer outra que esta por a`i `e transnacional, uma empresa responsável social, ambiental e culturalmente em nosso Brasil. Culturalmente de uma maneira que repasse os seus 4% do IR anual para os projetos culturais que estão aprovados ou em aprovação na Lei Rouanet, como fazem a PETROBRAS, a VOTORANTIM, FURNAS, etc. Isso seria o mínimo que esta organização poderia providenciar para o nosso setor. Olha a`i ministro Gil, va la falar com os homi, tem nosso apoio e referendo para tal.

Talvez com estes recursos (que certamente s
ão mais de 100 milhões de reis anual) disponíveis para a cultura do Brasil como um todo - e não apenas pro eixo RJ e SP, não fiquemos refem de ver sempre e somente os filmes de pessoas com bala na agulha - como são os casos dos filhos dos banqueiros, e possamos ver uma produção independente em todas as areas das expressões artísticas e de todas as regiões de nosso pa`is continente e ultra diversificado, como o cinema, um cinema que questione, que ponha em cheque esta sociedade de medíocres e covardes, prontos a aceitar coisas do tipo PROER e venda a preço de banana da VALE, filmes como o "Quanto Vale, ou `e por Quilo?" do Sergio Bianchi, que `e uma amostra de nossa passividade diante das podridões generalizadas.