sábado, 20 de novembro de 2010

Resposta a mais um artigo sobre o tal "Apocalipse Tecnológico" que nos espreita


Mais uma versão catastrófica sobre a Inteligência Artificial, quero ver as abordagens positivas, quero ver a eliminação da fome por tecnologia robótica, quero ver a eliminação de qualquer trabalho repetitivo e monótono pelo fato de poder ser executado por máquinas, quero ver o sistema educacional dar um salto de qualidade e levar consigo boa parcela da humanidade pelo fato dos processadores e memórias de computadores poderosos chagarem ao ponto que qualquer um poderá ter consigo bastando ter acessíveis celulares pré-pago que armazenarão e processarão rápido todo o conhecimento da humanidade, igualando todo o ser-humano naquilo que até hoje é o elemento crucial para a existência de senhores e escravos, mesmo isso estando travestido de “relações trabalhistas”.

Tenho certeza que vc, amigo RK, é uma pessoa qualificada para escrever um bom texto sob este viés, e vamos deixar de considerar que tudo que venha do homem é mal e venenoso, nós sabemos bem que ao longo da história as invenções de grandes cientistas foram usadas pelos governos para fins militares, e só depois de algumas mortes e destruições em massa é que tiveram uma utilidade menos beligerante.

Nós podemos construir o paraíso sobre a terra, temos conhecimento suficiente para isso, e a tecnologia será nossa aliada.

@gledsonshiva

terça-feira, 2 de novembro de 2010

As distorções da Lei Rouanet


"3. O recurso do mecenato não é público. É privado. Concordo que ele tenha natureza pública e deve ser investido em iniciativas com essa característica. Mas o Estado abre mão daquele recurso em nome de propostas previamente aprovadas por um sistema complexo, que inclui a iniciativa de agentes culturais, acompanhamento e aprovação da sociedade civil (CNIC) e regulação governamental. "

Irei comentar este tópico, tendo em vista que os outros dois estão em aberto, pois em um depende de uma pesquisa queira Deus alguém a realize, e o outro é a interpretação de cada um sobre o que entenderam do PL em tramitação que revoga a Rouanet e institui o ProCultura.

Mas o tópico 3 é fácil de rebater:
Pelo amor de Deus, Leonardo! vc sabe tanto quanto eu que o fato do empresariado dizer que vai utilizar o imposto seu pra aplicar num projeto cultural não transforma este recurso em algo privado. O que nós estamos chamando aqui de MECENATO (conforme a interpretação da Lei Rouanet) é uma mudança da finalidade de um recurso, que iria para o cofre da UNIÃO, mas que pode - através da lei - ser aplicado em um projeto cultural, mas isso - definitivamente! - não transforma o recurso público em privado. Sem chance!

A questão não apenas que ele deva ser investido em projetos com características públicas, mas que ele cumpra critérios de, por exemplo, acessibilidade (ser realizado em teatros com rampa para o deficiente físico, o idoso, etc.), democratização do acesso (preços populares) e não o absurdo do show da estrela da MPB todo na base da rouanet cobrar R$ 100,00 por cabeça, e o que dizer do escândalo Cirq du soleil?!!! E todos nós da área sabemos que ha empresas que usam - na moita - esse mecanismo para ampliar as atividades das creches (contratação de uma peça infantil) do ambiente interno de suas organizações, para melhorar o passa-tempo das filhos e filhas dos funcionários destas organizações, enquanto eles dão duro no escritório, ou seja: um uso privado do recurso público.  Essas exigências - acessibilidade, democratização, etc. - já estão presentes na legislação atual, e a partir do ProCultura se intensificará, englobando aspecto de distribuição regional, etc.

Pra acompanhar esta discussão entre no blog Cultura e Mercado