domingo, 26 de setembro de 2010

Crítica ao desalento de certos "estudiosos" sobre o fenômeno das TICs


Venho pesquisando a produção em Mídias Digitais e apesar de haver de fato “a reprodução de padrões e conteúdos massificados, seja por meio de fan-fictions, paródias ou versões caseiras de franquias da indústria cultural” – como bem descreve certos estudiosos deste novo momento midiático, noto que estamos no limiar de uma nova era que desembocará em criações e inovações no audiovisual, tanto por parte do segmento relacionado à produção narrativa, como o fenômeno da produção de imagens ao vivo (Cinema ao Vivo), basta olhar com mais cuidado na internet, sem antes recorrer ao ranking de vídeos com mais visualizações no YouTube.

Agora analisaremos a perspectiva pessimista de determinado grupo social em relação a apropriação das novas mídias.

“O multiprotagonismo, nessa perspectiva, não significa necessariamente promoção da diversidade cultural”.
                            
Resta saber o que o autor considera “Diversidade Cultural”, pois é sabido que o fenômeno da música brega (ou romântica popular para alguns) é considerado por certa “elite” uma apropriação do gosto popular, e que foi trabalhado nos preceitos da indústria cultural para a sua colocação no mercado. Ora, não precisa pesquisar muito para ver em comunidades virtuais a grande adoração de pessoas por este gênero, no qual eu tenho certeza irá se materializar logo logo em outras linguagens artísticas – audiovisual por exemplo, e isso é possível graças às novas tecnologias de informação e comunicação. E caso o autor entenda que Diversidade Cultural não pode contemplar um FUNK, é melhor desconsiderar as remixagem que a galera faz com determinados vídeos que aparecem no YouTube, sendo o caso do Funk do Jeremias (e de toda a família) um caso salutar, exemplo formidável da inventividade.

  
“Não quero minimizar o grande potencial revolucionário da cultura digital”.

Por favor, observem determinadas comunidades no ORKUT (sim, o FACEBOOK tupiniquim já ta muito “elitizado” e por isso estagnado no aspecto invenção) com nomes exóticos ou depreciativos (Filmes Trash) e perceberá a avalanche de produção infantil, realizada totalmente por crianças, não apenas com WEBCAM e celular, com som razoável, e edição convincente. É claro que os temas são banais, mas já há crítica a indústria cultural, como o caso de uma galera que tirou onda dos programas jornalísticos estilo “sangue a qualquer custo”. Talvez ali você perceberá, nem que seja em semente, uma nova maneira de encarar os meios, de contar suas historias e de se posicionar diante do mundo, se isso não for Diversidade Cultural...

“Ainda há muito espaço para se conquistar nas redes e processos colaborativos relacionados ao audiovisual, mas as brechas estão cada vez mais fechadas e os obstáculos difíceis de transpor”.

No meu entender a brecha fechada é o que de fato queremos enxergar e o que deixar na penumbra, pois o maior obstáculo hoje em dia é a quebra da neutralidade de rede proposta pelo poderoso google, no qual se quer dar mais velocidade de conexão a determinadas usuários no acesso de determinadas páginas, monetizando esse processo.

É verdade que há muito espaço para se conquistar nas redes, e por isso vamos torcer para que o Plano Nacional de Banda Larga cumpra este desafio para nós brasilei@s. Não nos esqueçamos que processos colaborativos também há entre os gigantes, que se unem para atingir seus objetivos legitimamente, diria até instintivamente, e isso não os difere de quem atua isoladamente ou com menos recursos, pois talvez estes ainda não tenha capacidade de articulação ou simplesmente não queira atuar em grande escala.