segunda-feira, 29 de junho de 2009

É TRISTE, MAS O SER-HUMANO é PROPRIEDADE PRIVADA




Está na lei. É a justiça quem determina, se não fosse por força legal o menino - Sean Goldman de 9 anos, não teria sido “condenado” a retornar para os EUA para – mesmo contra sua vontade, como informa o padrasto – ter que viver com o pai biológico.
Todos os entendidos na interpretação “fria” da letra legal considera a decisão de encaminhar – via sedex? – o menino de volta ao pai o mais correto.
Que coisa! Somos coisas?! Pois uma das características das coisas é que elas ganham este status a partir do momento que elas tem um dono, alguém que a reivindique, alguém que lhe dá a condição de propriedade privada. Assim estão fazendo com este menino, tratando-o como uma coisa, um pedaço de pau, com menos dignidade que um abajur, seja ele lilás ou não, arranhado ou não, esburacado ou não.
Eu imagino esse menino daqui a uns 4 anos, no apogeu da adolescência… terás motivos de sobra para potencializar estados emocionais difusos (depressão, euforia, depressão…), causando diversos problemas para si e para o “vitorioso” pai, aquele que tinha a patente de propriedade do menino – a certidão de nascimento estadunidense, e conseguiu a sua “guarda”. É triste, e dói reconhecer: continuamos a nos tratar como coisas, propriedade uns dos outros, material a ser contabilizado antes de ser considerado como possibilidade imanente de liberdade.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Eugênio Bucci em 26/5/2009



Ser professor é procurar enxergar no aluno a força interior que o instiga, o que o leva adiante, o que o faz acreditar que vale a pena viver da palavra, da notícia, da informação, do contato com tanta gente, gente com histórias tão surpreendentes. O aluno é a razão de ser do professor. O resto não importa. Respeitar o aluno – sua história, seu modo de encarar o futuro – é tudo. O aluno não pertence ao professor. Antes, o contrário.
Infelizmente, temos visto turmas e mais turmas feridas pelas "desilusões perdidas", desilusões dos outros, em ambientes que não cultivam o orgulho próprio, que não cultivam a confiança na enorme diferença que uma história bem contada pode fazer no destino de uma pessoa, de uma comunidade, de um país.