sábado, 26 de março de 2011

Análise do filme “O Senhor dos Anéis” 4º enfoque


Que recursos visam transportar o espectador para dentro da obra?

O principal recurso é a narrativa. Tendo em vista que a trilogia é baseada num livro de ficção de consolidada eficiência dramática, bastou os produtores contratar as pessoas certas e rodar o filme nas locações ideais (Nova Zelândia), mas não são apenas o cenário que garante o transporte do espectador para dentro da obra. Alem da narrativa todo o aparato visual e sonoro é construído de forma harmônica para criar ambientes e provocar sensações em conformidade com as emoções das personagens, todos tratados na finalização por um amplo e complexo processo de retoque de imagem e inserção de efeitos computacionais dos mais diversos e de difícil percepção até mesmo para os profissionais especializados nas respectivas áreas.



Quais mitos estão sendo reproduzidos?
                                                                   
        O mito do herói (juntamente com seu antagonista, o vilão) é sem dúvida nenhuma o mais explorado aqui, visto que a estrutura da narrativa está em sintonia com o enredo clássico da representação do protagonista que enfrenta numa jornada desafios externos e internos para, após derrotar o “mal”, alcança o elixir que vai sanar toda a doença e o desequilíbrio de sua comunidade. Após o feito heróico consumado há a cerimônia no desfecho do filme do qual eles são homenageados e reconhecidos como tais.

Quando é usado o recurso da “câmara-olho”? Há algum abuso desse recurso?

 A lente da câmara assemelhada a visão de um olho é usada quando determinado monstro (acho que é uma aranha) se aproxima perigosamente do herói Frodo, enquanto este dorme.

Quando a descontinuidade é ocultada? Quando ela é explicitada?

Como a narrativa abrange várias passagens de tempo, todas não-cronológica, a descontinuidade é eficientemente ocultada para possibilitar, por exemplo, diversas batalhas do mesmo exército - os bonzinhos, contra vários exércitos dos malvadinhos. 
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domingo, 20 de março de 2011

Análise do filme “O Senhor dos Anéis” 3º enfoque


Quais recursos usados para aproximar espectador da obra?

        Um produto do porte de uma trilogia como “O Senhor dos Anéis” tem seus processos associados a um conteúdo cultural para competir nos acirrados mercados de entretenimento audiovisual, do qual se pretende abocanhar parte dos trilhões por ano que ele rende em todo o mundo. A aproximação ao espectador se faz desde o planejamento estratégico do produto, do qual se destaca todo o seu marketing com o posicionamento (distribuição no tempo e no espaço) e a propaganda, alem de todos as derivações que o produto possa associar com os seus símbolos embutidos em produtos e serviços vários, regido pela lógica da licença comercial; tudo isso no antes e durante o período que o filme estiver em cartaz nos cinemas nas diversas praças mundiais.
        Internamente os recursos mais importantes para aproximar o filme do espectador é a eficiência na adaptação do texto literário para o roteiro audiovisual, a direção de um profissional competente (acertaram ao escolher o Peter Jackson) e a correta seleção dos demais profissionais da técnica e da arte.


Quais as soluções de continuidade encontradas para invisibilizar a descontinuidade elementar da obra?

Tendo em vista que “O Senhor dos Anéis” é uma trilogia para cinema, e por isso mesmo terá sua exposição apresentada em períodos distintos relativamente longos, o processo de conexão se faz com a apresentação do que ocorrera de mais significativo no filme anterior. Mas alem disso, foi usado como estratégia de potencializar a bilheteria este fato da descontinuidade dos 3 “capítulos”. A rede Cinemark a época do lançamento do ultimo filme da trilogia, fez uma espécie de maratona onde o sujeito via em seus complexos de salas os dois primeiros filmes para posteriormente, no mesmo dia, assistir a ultima parte da série.

Quando a ilusão/catarse é criada deliberadamente?

Tomando catarse como o expurgo de emoções acumuladas pelo público em comunhão com o(s) protagonista(s) ao longo do transcorrer de uma narrativa eficientemente construída, conclui-se que – visto o sucesso comercial de “O Senhor dos Anéis” – em cada um dos filmes da trilogia houve diversas catarses, sendo a principal aquela do capítulo final, onde um minúsculo exército enfrenta uma infinita aglomeração de “guerreiros maus”, atravessa-o ao meio e após a destruição do anel, vence a guerra definitivamente, e nós nos sentimos David vencendo Golias tais quais eles.   

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sábado, 12 de março de 2011

Análise do filme “O Senhor dos Anéis” 2º enfoque


Aspectos da linguagem

        A linguagem de “O Senhor dos Anéis” privilegia os aspectos consagrados da narrativa clássica cinematográfica, sobretudo no desenrolar de uma trama/historia, qual seja: a estrutura em começo, meio e fim, um tema central e um protagonista (no caso do filme em questão apesar de Frodo ter a maior responsabilidade na obra, podemos considerar como protagonista também os guerreiros que representam elfos, humanos, hobbits, anões e o mago Gandalf) que irá passar por uma jornada heróica semelhante às narrativas mitológicas de outrora (Grécia antiga) e ainda eficiente como estrutura dramática, e que, alem disso, tem como maior semelhança um certo maniqueísmo ao dividir o mundo em “bonzinhos” e “malzinhos”. 


Qual espaço definido pela câmera? Qual a impressão?

        O espaço definido pela câmera corresponde a assimilação imediata do público daquela informação ou sensação que se quer transmitir, buscando causar a impressão relativa à parte da narrativa correspondente a linha cronológica em que se encontra o (os) protagonista (s).

Há um efeito janela? Por quê?

        Há uma tentativa de efeito janela em toda a produção cinematográfica mundial, desde o momento que as imagens em movimento não mais encantavam por si só, e muito menos os documentários informativos (as atualidades) tinham mais relevância que as micro narrativas toscas que estavam sendo ensaiadas e evidenciavam aquilo que se tornaria a mídia mais influente e economicamente rentável do século XX.
        O porquê do efeito janela deve ser entendido como o fundamento central onde se assenta os objetivos da produção cinematográfica, e não apenas no cenário hollywoodiano com seus blockbuster, ou aquilo que chamam de Indústria Cultural com os produtos de entretenimento de larga escala. Toda a narrativa cinematográfica que tem como objetivo ser compreensível, emocionante e significante para uma determinada sociedade – ou o conjunto maior de toda as sociedades no mundo, como foi o caso de Titanic – precisa causar o efeito janela na mente do público que pagou para ver. O principal objetivo das pessoas que pagam ingresso, que alugam um filme ou baixam da internet, é exatamente ser transportado por esta janela para um mundo que não precisa ser diferente do seu, mas certamente deve haver elementos que o faça ser transportado para dentro da historia de modo que ela lhe impressione, comova, excite, provoque, e – talvez, torne-o capacitado a perceber aspectos da vida que ele não compreendia até se deparar com a obra de arte.
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terça-feira, 8 de março de 2011

Análise do filme “O Senhor dos Anéis” 1º enfoque

“O retângulo da tela tem o mesmo efeito de janela, que abre para um universo que existe por si, separado pela superfície da tela.”


        O retângulo da tela só tem o mesmo efeito de janela porque o que se mostra é uma narrativa, uma historia (mesmo nos conteúdos ditos documentais). Este “universo” só existe por si porque algo que se mostra nesta “janela” nos toca, nos toma empaticamente, nos assalta de nosso mundo cotidiano e nos remete a outros mundos vários, com enredos, regras próprias e com personagens em momentos cruciais de suas vidas que nos proporciona a devida referência para que possamos por 2, 3 e até 9 horas (a trilogia O Senhor dos Anéis), prestar a nossa atenção a este universo. É a historia bem contada para o meio audiovisual, mais que qualquer técnica ou/e efeito, que faz eliminar “a distância entre espectador e obra de arte”. E esta questão da tela retangular provocar o tal efeito “que sugere o que vai alem”, é no mínimo discutível, visto que na tela quadrada (estática) de uma TV ou/e display de celular temos o mesmo efeito “do alem”, visto que este efeito é proporcionado pela linguagem cinematográfica – sobre tudo o uso da montagem, e a eficiência da narrativa/roteiro.

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